Por Thiago Cipriano em 18/04/2018
RÁDIO BANDNEWS FM 96,9/SÃO PAULO
18/04/2018 10:06:00
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, foi entrevistado na manhã desta quarta-feira (18) pelos jornalistas Sheila Magalhães e Eduardo Barão durante o BandNews São Paulo, da Rádio BandNews FM. Entre os assuntos discutidos, o início de sua gestão à frente da Prefeitura e os números da pesquisa Datafolha mostrando o desconhecimento da população sobre o novo prefeito.
O prefeito começa a entrevista confirmando que foram 2 o número de vidros quebrados na manhã desta quarta na Raia Olímpica da USP. Ele diz que está apurando se o ato se trata de vandalismo ou problema técnico e lamentou o ocorrido, reforçando que conta com o apoio das imagens de 8 câmeras instaladas no local para a identificação de quem teria quebrado ou como se quebraram os vidros, instalados há duas semanas.
Eduardo Barão questiona sobre os números de recente pesquisa Datafolha, que apontou amplo desconhecimento da população sobre quem seria o prefeito em exercício da Capital – 3 em cada 10 conhecem quem é Bruno Covas. Para ele, os números podem ser interpretados de uma maneira positiva. “Pra você, só 3 em cada 10 me conhecem. Eu comemoro que já são 3 de cada 10 que me conhecem”, diz. Ele cita outra pesquisa, que apontou que cerca de 10% da população do Estado de São Paulo conhecem Márcio França e que seus números já são o triplo do atual governador do estado. Na avaliação de Bruno Covas, o conhecimento vai se dando ao longo do tempo e que seu trabalho na prefeitura está atrelado somente aos problemas da cidade, não “em questões de imagem”. Barão lembra que o ex-prefeito João Doria cumpriu, em seu primeiro ano de mandato, apenas 4 das 53 metas previstas para a sua gestão. O prefeito ressalta que as metas foram prometidas para os 4 anos de mandato e que muitas delas já foram iniciadas. Segundo ele, a Secretaria de Gestão faz um acompanhamento permanente das metas.
Sobre as trocas em secretarias da prefeitura, Bruno Covas diz que aconteceram por decisão dos próprios ocupantes das cadeiras, que preferiram seguir na pré-campanha de João Doria ao governo de São Paulo. Ele garante o compromisso de continuar com a gestão seguindo o que já foi iniciado por Doria, inclusive com a manutenção do secretariado. O jornalista Eduardo Barão pergunta se a continuidade da gestão seria uma estratégia de “colar” na imagem de Doria. O âncora acrescenta que o ex-prefeito tem grande rejeição de metade da população paulistana por ter renunciado ao cargo. O atual prefeito responde que “é um governo só”, mas que houve a “mudança de piloto”. Ele descreve as diferenças de características entre o seu perfil e o de Doria e reafirma que, à frente da prefeitura, as ações serão as mesmas. “A preocupação não é com a imagem, a preocupação é com a prestação de um bom serviço público”, afirma.
Em relação à autocrítica, inclusive sobre o período de Doria como prefeito, a jornalista Sheila Magalhães pergunta se houve iniciativas que não surtiram o resultado esperado e que poderão ser alteradas. Para Bruno Covas, a gestão da prefeitura “não tem compromisso com o erro” e que havendo necessidade de mudanças, serão realizadas. Ele avalia como um “governo comprometido” com a cidade e que o índice de rejeição de Doria se deve ao fato da população ter ficado “chateada” com a saída dele do cargo.
Sobre viagens a serviço da Prefeitura – um dos pontos de maior crítica ao ex-prefeito – o Bruno Covas afirma que é preciso verificar a necessidade de cada uma delas e que é papel do prefeito buscar recursos e investimentos para a cidade.
Comentando sobre as queixas em relação à qualidade dos serviços de tapa-buracos nas vias, realizado pelo programa “Asfalto Novo”, o prefeito agradece o papel que a imprensa realiza de apontar os erros. Para ele, é importante para rápida e permanente correção dos problemas. Ele informa que pediu um “aperfeiçoamento” a seu secretariado para melhorar o programa. Segundo ele, devido à modernização e melhorias que são realizadas, as equipes conseguem tapar 10% mais buracos do que a gestão anterior, de Fernando Haddad.
O prefeito responde sobre a degradação do centro de São Paulo, com o aumento das áreas de consumo de crack – dispersos da região da ‘cracolândia’. Para ele, as recentes ações da prefeitura no local obtiveram “grande êxito”, com a prisão de traficantes e realocação de pessoas para centros de tratamento. Ele critica os métodos utilizados pela gestão de Haddad, que seria um “financiamento ao tráfico”.
Na segunda parte da entrevista à Rádio BandNews FM, o prefeito Bruno Covas respondeu os questionamentos da jornalista Sheila Magalhães sobre os rumos do programa “Cidade Linda”. Na percepção de ouvintes, o programa de zeladoria urbana teria perdido “muita força de trabalho”.
Segundo Bruno Covas, o programa continua com a mesma proporção e tamanho, e que os números atuais de equipes são maiores do que a encontrada nos primeiros meses do primeiro ano de gestão. “Então não diminuiu o programa, diminuiu a publicidade dele?”, questiona Eduardo Barão. O prefeito concorda, afirmando que as equipes são as mesmas, mas o que “talvez” não tenha ocorrido um acompanhamento das atividades.
Sobre o problema dos pancadões, Barão questiona o “jogo de empurra” entre governo e prefeitura no assunto. Em recente entrevista, o governador Márcio França declarou ser importante uma atuação maior da prefeitura em casos do tipo. O prefeito cita a parceria entre o Governo do Estado, a Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana e a Prefeitura Regional em Cidade Tiradentes. No local, cerca de 40 pancadões atormentavam a vida dos moradores. Segundo ele, agora, com a atuação conjunta, eles já não existem mais. A ideia seria levar, o mais breve possível, a iniciativa para todas as prefeituras regionais.
A jornalista Sheila Magalhães questiona o prefeito sobre a atuação da GCM e cita que, na mesma entrevista à rádio, o governador Márcio França sugeriu que a guarda municipal fosse a responsável pelas ocorrências de desinteligências – brigas de casal, entre vizinhos, atritos, etc. – que poderia amenizar a carga diária da Polícia Militar do Estado. Em contrapartida, isso poderia gerar uma sobrecarga nas funções da GCM. Bruno Covas rejeita a sugestão e diz que a Guarda Civil Metropolitana somente pode cuidar dos equipamentos municipais. No entanto, ele diz que aceita discutir com o governador uma melhor saída para o problema.
Eduardo Barão lê perguntas de ouvintes, questionando outros problemas da cidade, como a poda de árvores e fechamento de unidades do AMA. O prefeito reitera os esforços da gestão para criar mutirões em outros setores para melhorar a zeladoria, no caso da poda de árvores pela cidade. Já sobre o fechamento de AMAs, ele nega que a informação seja verdadeira e justifica que o que está em curso é a transformação das unidades em equipamentos reconhecidos pelo Ministério da Saúde, para o recebimento de recursos do SUS. Atualmente, os gastos são integralmente custeados pela prefeitura municipal.
Falando sobre a manutenção dos parques da cidade, o prefeito corrige a informação de que eles seriam privatizados. Ele reforça que quem ganhar a concessão, terá o direito de explorar os locais, mas que eles continuarão a ser públicos e gratuitos à população. Como exemplo, o prefeito cita o Parque Ibirapuera, que faz parte de um pacote junto com outros 5 parques, onde empresas se mostraram interessadas na sua administração. A expectativa é de que ainda no segundo semestre seja anunciada quem venceu a concessão.
Para encerrar, Bruno Covas responde sobre o processo de reorganização das linhas do transporte público municipal, com edital previsto para ser lançado ainda em abril. Segundo ele, isso possibilitará a diminuição no tempo de percurso das linhas, trazendo mais agilidade e eficiência na mobilidade urbana.